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                                                              Património edificado

 

 

 

Vila do Porto é uma povoação única no contexto açoriano: se a configuração alongada do traçado urbano e a reduzida frente aberta ao mar lhe conferem características defensivas e dão uma feição de burgo medieval, a sua implantação num plano superior em relação à enseada evoca um cenário de ilha mediterrânica, em que a separação física entre o porto e a urbe está quase sempre presente.

 

O Forte de S. Brás marca o início da Vila. Foi construído durante o domínio espanhol, no século XVI, e a sua implantação defensiva é perfeita, oferecendo ao mar apenas o vértice mais agudo de um trapézio que selava o povoado na sua face mais vulnerável e exposta. A entrada faz-se por um bonito portal de cantaria em arco abatido, encimado por três pináculos.

 

Paredes-meias com o forte de S. Brás ergue-se a histórica ermida de Nª Sª da Conceição, primeira Matriz da Vila. Um pouco mais acima localiza-se também a ermida do Corpo Santo, cuja fachada principal é dominada por uma porta de duplo lintel e cornija saliente, rematada por pináculos. Começa logo a seguir o casco urbano da Vila Velha, área onde avultam alguns solares de feição medieval, com pormenores arquitectónicos de grande interesse. Atente-se sobretudo nas ruínas da Casa dos Capitães Donatários (rua Frei Gonçalo Velho), fachada de origem quinhentista com três lintéis recortados de sabor manuelino.

 

As três ruas fundacionais convergem junto à Igreja Matriz de Nª Sª da Assunção, que fecha o burgo medieval. Trata-se de uma construção iniciada no fim do século XVI. Duas portas laterais em estilo gótico e uma capela com tecto manuelino, em abóbada de berço, são alguns dos vestígios que restam da primitiva igreja.

 

A Vila estende-se depois para norte através de uma rua mais larga, de traçado atribuível aos séculos XVII-XVIII, onde sobressai o vulto elegante do antigo Convento de S. Francisco, actual sede Município. O convento, fundado por frades franciscanos em 1607, tem dois pisos, torre sineira e um claustro de arcos abatidos, organizado em torno de pátio interior com cisterna. Anexa ao convento, a igreja de Nª Sª da Vitória tem, numa das suas capelas, um conjunto de valiosos azulejos seiscentistas alusivos aos milagres de Santo António.

 

Não muito longe, do lado oposto da rua, fica um outro monumento merecedor de visita – a igreja de Santo António, integrada originalmente num recolhimento feminino. O templo, tem um interessante campanário, com dois vãos rematados em arco de volta perfeita, e um portal encimado por um frontão onde se pode ler a inscrição “ANNO D 1693”.

 

Fora de Vila do Porto as casas rurais marienses são o elemento arquitectónico mais marcante, contribuindo para a humanização harmoniosa da paisagem com a sua simplicidade e minimalismo, a beleza antropomórfica (assemelham-se a caras, com um nariz/porta e dois olhos/janelas) e o equilíbrio nas formas e nas proporções. O conjunto forno/lareira/chaminé, com uma volumetria de inspiração algarvia e alentejana, é muito provavelmente uma herança da primeira vaga de povoadores, originária do sul de Portugal.

 

A pequena ermida de Nª Sª dos Anjos merece também uma atenção especial, uma vez que se trata do mais antigo templo dos Açores. Edificada no século XV, logo após a descoberta da ilha, seria então um modesto oratório. Diversas vezes ampliada e transformada, passou depois a integrar uma torre sineira isolada e um singelo alpendre destinado às festas do Espírito Santo. No altar-mor avulta um tríptico quinhentista e na sacristia uma curiosa inscrição faz referência aos ataques dos piratas mouros em 1616 e 1675.

A igreja paroquial da freguesia de Santo Espírito, dedicada a Nª Sª da Purificação, é outro monumento de visita obrigatória. Datando originalmente do século XVI, o templo foi alterado durante o século XVIII, como se pode constatar na bela ornamentação barroca da sua fachada

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